quarta-feira, 18 de maio de 2016

Cultura Surda

Cultura Surda

Os surdos, além de serem indivíduos que possuem surdez, por norma são utilizadores de uma comunicação espaço-visual, como principal meio de conhecer o mundo em substituição à audição e à fala, tendo ainda uma cultura característica.
No Brasil eles desenvolveram a LIBRAS, e em Portugal, a LGP. Já outros, por viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade surda, apenas se comunicam por gestos. Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua falada.

Progresso na cultura surda

Ao longo dos anos, as pesquisas interdisciplinares sobre surdez e sobre as línguas de sinais, realizadas no Brasil e em outros países, tem contribuído para a modificação gradual da visão dos surdos, compartilhada pela sociedade ouvinte em geral.
Esses estudos têm classificado os surdos em duas categorias:

·         Os portadores de surdez patológica, normalmente adquirida em idade adulta;

·         E aqueles cuja surdez é um traço fisiológico distintivo, não implicando, necessariamente, em deficiência neurológica ou mental; antes, caracterizando-os como integrantes de minorias linguístico - culturais; este é o caso da maioria dos surdos congênitos.

O fato de integrarem um grupo lingüístico-cultural distinto da maioria lingüística do seu país de origem, equipara-os a imigrantes estrangeiros. Porém, o fato de não disporem do meio de recepção da língua oral, pela audição, coloca-os em desvantagem em relação aos imigrantes, com respeito ao aprendizado e desenvolvimento da fluência nessa língua. Essa situação justifica a necessidade da mediação dos intérpretes em um número infinito de contextos e situações do quotidiano dessas pessoas.
Devido ao bloqueio auditivo, seu domínio da língua oral nunca poderá se equiparar ao domínio da sua língua materna de sinais, ainda que faça uso da leitura labial, visto que, essa técnica o habilita, quando muito, a perceber apenas os aspectos articulatórios da fonologia da língua. Daí sua enorme necessidade da mediação do intérprete de língua de sinais.
No caso específico dos surdos brasileiros, cuja língua materna de sinais é a LIBRAS, os intérpretes que os assistem são chamados de “Intérpretes de LIBRAS”.
No Brasil, existem pelo menos duas situações em que a lei confere ao surdo o direito a intérprete de LIBRAS:

·         nos depoimentos e julgamentos de surdos (área penal);

·         e no processo de inclusão de educando os surdos nas classes de ensino regular (área educacional).

Devido as constantes modificações e progresso neste campo, nas concepções de ensino de língua de sinais, atualmente, tem-se dado ênfase ao mecanismo de aprendizado visual do surdo e a sua condição bilíngüe-bicultural. Contudo, o surdo é bilíngüe-bicultural no sentido de que convive diariamente com duas línguas e culturas: sua língua materna de sinais (cultura surda) e língua oral (cultura ouvinte), ou de LIBRAS, em se tratando dos surdos brasileiros.

Surdo e Mudo?

A terminologia: Surdo-Mudo tem sua raiz na história, num tempo muito antigo quando a pessoa Surda estava condenada a mudez. Ser surdo significava automaticamente ser mudo, e pior, ser um Abandonado, Excluído, Desacreditado!
Com o passar do tempo, apesar de se constatar ser possível ensinar o Surdo a falar ( língua oral ), e, principalmente, de estudos conferirem à língua de sinais usada por eles há tantos séculos o "título" de língua verdadeira, mesmo assim, falando uma ou duas línguas, a denominação "Surdo-Mudo" permanece!Acreditamos que só um trabalho informativo
Comunidade surda junto a sociedade sobre a inadequação do termo "Surdo-Mudo" pode, aos poucos, fazer cair em desuso esse termo.
Surdo-cego:

Uma das definições mais antigas, de nosso conhecimento, diz: "Surdo-cegos são as crianças que têm dificuldades auditivas e visuais, cuja combinação resulta em problemas tão severos de comunicação e outros problemas de desenvolvimento e educação, que elas não podem ser integradas em programas educacionais especiais para deficientes auditivos ou para deficientes visuais." (citada por Lieke de Leuw em 1997, SP).

Atualmente temos uma postura diferente, nos preocupamos em descobrir quais as possibilidades que a criança apresenta e suas necessidades em vez de destacar suas dificuldades. Assim temos descoberto muitos recursos para atendê-la.
Também existem outros recursos para reconhecer um Surdo-cego, e outras informações sobre o seu desenvolvimento. Temos acompanhado crianças Surdo-cegas brasileiras que desenvolveram condições de serem educadas com os surdos, comunicando-se em LIBRAS e usando o Braille para o conhecimento da leitura e escrita. Mas para que isso aconteça é necessário que a intervenção seja precoce.


Leia mais: http://institutoemanuel.webnode.com.br/lingua-de-sinais/cultura-surda/

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